James-Rosenquist

Foi morto James Rosenquist

James Rosenquist, vinha de uma família muito humilde, que trabalhava na aviação (“ver um dólar era como ver um sapo com cabelo”, disse ele, em uma Dakota do Norte, cuja terra “tão plana como uma tela em que era incapaz de projetar qualquer coisa que você imaginaras”. Ao começar a estudar na escola de Artes de Minneapolis, se fascinou com Norman Rockwell, com os murais de Diego Rivera e com as colagens surrealistas. Logo começou a trabalhar como pintor de cartazes e por noite tirava tempo para criar suas próprias obras, até que soube que podia juntar as duas coisas em uma, especialmente quando, em 1960, abandonou a sinalização publicitária definitivamente após perder dois companheiros no andaime.

Companheiro de Andy Warhol e Roy Lichtenstein

Sempre lhe ficou a admiração por “o caráter prático, artesão desses pintores andando em suas couraças, sem fazer nenhum tipo de alarde de sua arte, mas simplesmente fazendo o seu trabalho”. Quando falava de sua paleta de cores dizia “meu alfabeto cromático vinho de espaguete franco-americanos e o burbon de Kentucky”, mas quando chegou a Nova York, em 1955, após alguns anos dedicado aos cartazes das lojas de doces de Brooklyn, entrou de cheio no epicentro dos artistas do momento: compartilhou salas de aula com George Grosz, estudo com Agnes Martin, frequentava o Cedar Tavern em Greenwich Village, como William de Koonig e era vizinho de Robert Montana e Jasper Jones. Quando ia para Hollywood, ficava com Dennis Hopper. Assim, em 1962, a galeria Green Gallery lhe dedicou a sua primeira exposição a solo, e vendeu todos os quadros.

Suas pinturas e suas colagens tinham sempre um toque assustador. Seu trabalho, provavelmente, o mais famoso, F-111, de 1965, esteve, além disso, carregado de mensagem política antimilitarista, pois era uma colagem com um avião em plena Guerra Fria, uma menina com um brilhante secador de cabelo, espaguete, uma bomba atômica e um pneu de carro. Tinha pintado após visitar seu amigo Eugene Rukhin, em São Petersburgo (então união soviética). “Entendi que essa gente (os russos) nunca ia começar uma guerra com nós (…) Quando vi uma foto desse novo bombardeiro F-111 que não havia atirado e ainda, eu pensei: ‘Uma perda de tempo e de dinheiro'”, explica em 2012, em uma palestra no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), instituição que tem em sua coleção permanente este quadro, que foi o maior já leiloadas, quando foi vendida em 1986.